Jornalistas de Angola e Moçambique destacam restrições crescentes às liberdades

A situação de liberdade de imprensa está se deteriorando significativamente em Angola e Moçambique, enquanto Guiné-Bissau enfrenta desafios similares. Esses países estão vendo um cerco crescente às liberdades civis, ameaçando a sobrevivência da imprensa independente, que enfrenta restrições financeiras e processos judiciais contra jornalistas.
Em Luanda, Angola, jornalistas marcham em defesa da liberdade de imprensa. A imagem é de 17 de dezembro de 2022.

A situação de liberdade de imprensa está se deteriorando significativamente em Angola e Moçambique, enquanto Guiné-Bissau enfrenta desafios similares. Esses países estão vendo um cerco crescente às liberdades civis, ameaçando a sobrevivência da imprensa independente, que enfrenta restrições financeiras e processos judiciais contra jornalistas.

Esse panorama foi discutido em um encontro virtual sobre a liberdade de imprensa, organizado pela MISA-Moçambique e MISA-Angola, em colaboração com a National Endowment for Democracy dos EUA.

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Os jornalistas da Guiné-Bissau não puderam participar devido à tensão política e à perseguição às suas liberdades.

Em Angola, o momento atual é descrito como o mais grave para a mídia independente, que está sendo controlada pela elite política. Em Moçambique, a diminuição da democracia está enfraquecendo a sustentabilidade dos meios de comunicação não estatais.

Durante o encontro virtual, Jeremias Langa, presidente da MISA-Moçambique, apontou que a imprensa está sofrendo com a falha do modelo político democrático, com o partido dominante restringindo o espaço das liberdades. Ele destacou a tendência comum entre políticos de limitar as liberdades de imprensa e expressão em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau, citando também a recente ostracização de um jornalista na Guiné-Bissau pelo presidente Sissoco Embalo.

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André Mussamo, jornalista e membro do MISA-Angola, observou que, após uma breve melhora nas liberdades durante o primeiro mandato do presidente João Lourenço, Angola está agora vivenciando um controle mais rígido da imprensa independente. Mussamo considerou que o atual período é o mais crítico para a liberdade de imprensa em Angola, com um controle maior sobre os meios de comunicação do que na era de Eduardo dos Santos. Ele destacou que, em vez de ataques físicos, a imprensa independente está sendo eliminada pela compra e subsequente fechamento dos jornais, com exceção do Folha 8.

A falta de sustentabilidade econômica tem levado a uma crise na imprensa independente, com a publicidade sendo orientada conforme a inclinação editorial dos meios de comunicação. Langa e Mussamo concordaram que é necessário buscar novas estratégias de financiamento e explorar alternativas como as mídias sociais para contornar as restrições impostas pelos sistemas políticos dominantes.

Nicholas Benequista, diretor sênior do Centro de Assistência Internacional aos Meios de Comunicação, concluiu que quando a mídia está ameaçada, “é a democracia e o desenvolvimento que estão em perigo”. Leia Mais...


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