A Associação dos Criminalistas de Moçambique alertou para o aumento alarmante dos índices criminais no país, atribuindo-o à ausência de uma política criminal eficaz. Segundo a organização, a falta de estudos específicos sobre práticas criminosas tem contribuído para o problema.
Durante um evento promovido pela Associação de Mulheres para o Desenvolvimento Comunitário, especialistas discutiram as causas por trás do assassinato de mais de 50 mulheres em menos de dois anos. Paulo de Sousa, um dos criminalistas presentes, destacou a necessidade urgente de um debate mais profundo sobre as raízes dos crimes, enfatizando a importância de especialistas em legislação para formular políticas eficazes.
"Nós enfrentamos um vácuo significativo em termos de 'criminal profiling' em Moçambique. A falta de resposta adequada aos crimes já tipificados e o aumento desses incidentes são indicativos claros da inexistência de uma política criminal coerente", afirmou Sousa.
O debate também abordou a inadequação das penas para os autores de crimes específicos, com alguns participantes sugerindo medidas mais rigorosas como solução. No entanto, o juiz Martins Muchegurra do Tribunal Judicial de Sofala destacou que questões culturais e machismo são fatores fundamentais que precisam ser enfrentados com sensibilização e educação, especialmente em crimes passionais.
A discussão ressaltou a necessidade urgente de um enfoque mais holístico e especializado na abordagem dos desafios criminais em Moçambique, visando mitigar o impacto devastador desses incidentes na sociedade. Leia Mais...
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Fonte: O País
