Condenação de Manuel Chang Expõe Envolvimento de Outras Figuras Políticas nas Dívidas Ocultas

Condenação de Manuel Chang Expõe Envolvimento de Outras Figuras Políticas nas Dívidas Ocultas


O Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO) declarou hoje que a recente condenação do ex-ministro moçambicano Manuel Chang nos Estados Unidos reforça a existência de uma rede mais ampla de corrupção, envolvendo outras figuras políticas no escândalo das dívidas ocultas. A entidade exige que todos os envolvidos sejam devidamente responsabilizados.

Em nota enviada à Lusa, o FMO, que reúne 21 organizações não-governamentais moçambicanas, destacou que a condenação de Chang não deve ser vista isoladamente. "Esta decisão judicial confirma a existência de outros envolvidos, e é crucial que as investigações continuem, tanto em Moçambique quanto internacionalmente, para assegurar a responsabilização de toda a rede de corrupção", afirmou a organização.

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Manuel Chang, ex-ministro das Finanças, foi condenado na última quinta-feira nos Estados Unidos, acusado de aceitar subornos e de conspirar para desviar fundos destinados ao desenvolvimento das indústrias de gás natural e pesca em Moçambique. Segundo os procuradores, Chang teria recebido cerca de sete milhões de dólares em subornos, transferidos por meio de bancos norte-americanos para contas na Europa.

O FMO foi uma das vozes que se opuseram à extradição de Chang para Moçambique, defendendo que ele deveria ser julgado nos Estados Unidos para garantir a devida justiça. A organização também insiste que o caso contra Chang não deve ser arquivado em Moçambique, considerando que há outras figuras políticas que precisam ser investigadas.

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O escândalo das dívidas ocultas, que remonta a 2013 e 2014, envolveu a aprovação de garantias estatais para empréstimos contraídos pelas empresas Proinducus, Ematum e MAM, sem o conhecimento do parlamento. O caso foi descoberto em 2016, revelando dívidas de aproximadamente 2,7 mil milhões de dólares, o que levou Moçambique a uma grave crise financeira.

Chang, por sua vez, nega todas as acusações e alega que agiu sob ordens do atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que na época ocupava o cargo de ministro da Defesa. 

O FMO reafirma a importância da continuidade das investigações e do julgamento de todos os envolvidos, para que a justiça seja feita e a confiança pública nas instituições moçambicanas seja restaurada. Leia Mais...


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